Um mercado mais concorrido, com mais marcas lançando produtos, preços e inflação em queda e manutenção da taxa do dólar foram os principais fatores que contribuíram para um desempenho positivo no mercado de bens duráveis. Nos primeiros cinco meses de 2017, o mercado movimentou 39,5 bilhões de reais ante 35 bilhões em 2016, um crescimento de 12% sobre o mesmo período. É o que mostra um estudo da GfK, um dos mais importantes institutos de pesquisas do mundo feito especialmente para a EletrolarShow 2017.
No total, as categorias de telecom, linha branca, linha marrom, informática e eletroportáteis tiveram aumento de 10% nas vendas, 12% no faturamento e 2% no preço, mostra o estudo da GfK.
Os produtos que integram a chamada linha branca tiveram crescimento bastante tímido ou moderado. As lavadoras de roupas registraram elevação de 6% nas vendas. A máquina lava e seca teve incremento de 0,7 pontos percentuais em participação na categoria ante o mesmo período do ano passado. Os tanquinhos, por sua vez, que estão na outra ponta da cadeia da linha branca, aumentaram a sua participação em 3,5 pontos percentuais. Fornos e fogões tiveram queda de vendas de 5% e refrigeradores, 4%. Avaliando a performance total de linha branca, incluído vários produtos desde ar condicionado, congelador, secador, cooktops, fornos e fogões, refrigeradores, lava louças, congelador, exaustores, micro-ondas, secadores, lavadoras e adega de vinhos, o faturamento da linha branca foi 2% maior de janeiro a maio de 2017 na comparação com os mesmos meses de 2016.
Na linha marrom, o destaque ficou com os televisores que ganharam importância no último ano. As inovações tecnológicas incrementaram as vendas, que cresceram 15% em faturamento e 16% em volume na comparação entre janeiro e maio deste ano com os mesmos meses de 2016. Para o coordenador do estudo da GfK, a liberação do FGTS, de certa forma, contribuiu para elevar as vendas de televisores, além, é claro, do apagão analógico. “Os chamados televisores de entrada, aqueles abaixo das 32 polegadas foram os que mais se beneficiaram por esta injeção de capital no mercado”, acredita Rui. Por outro lado, conectividade é outro componente cada vez mais importante na categoria dos televisores. As Tv’s smart ganharam 14 pontos percentuais em importância, passando de 50% de participação, para 64%.
Para a GfK, o consumidor adotou novos hábitos e, hoje, passa mais tempo em casa, o que beneficiou, por exemplo,a categoria de eletroportáteis. No período de janeiro a maio deste ano, as vendas cresceram 13% em faturamento e 12% em volume em relação ao mesmo espaço de tempo no ano passado. Os eletroportáteis direcionados ao preparo dos alimentos foram os que mais cresceram em vendas, 17,8%, nos cinco primeiros meses deste ano. Foram seguidos por produtos de cuidados pessoais, com 16,87% de crescimento sobre o mesmo período do ano passado. A categoria de limpeza e cuidados do lar, que agrega, entre outros produtos, ferro de passar roupa e aspirador, teve vendas 13,7% maiores, climatização e bem-estar registrou 5,7% e produtos para o preparo de bebidas, 6,6%. “O consumidor está mais racional na hora da compra, mais informado e exigente, ele avalia o custo-benefício dos produtos, não se fixa tanto em marcas”, explica o diretor da GfK.
Na categoria Informática, os computadores deram uma guinada em seu desempenho. Pela primeira vez, desde 2011 que o total de computadores (notebooks + desktops) apresentou crescimento. Os notebooks, registaram um crescimento em faturamento 13% e em volume 14%, no período de janeiro a maio deste ano ante o mesmo período de 2016. Os notebooks mais premium e intermédios ganharam importância, hoje representam 60% do mercado, enquanto os produtos de entrada ficam com 40%.