Perfil de Sucesso - Distribuidor

Vigor para crescer

Riograndense comemora 30 anos com plano de expansão e faturamento de 600 milhões de reais em 2020. A meta agora é crescer mais 10% nesse ano

por Rúbia Evangelinellis

A Riograndense Distribuidora completa 30 anos no dia 4 de março em um ritmo de crescimento do faturamento e expansão dos negócios. Com o portfólio de 7 mil itens e cerca de 9 mil clientes atendidos no Rio Grande do Norte e na Paraíba, a empresa tem como meta, para 2021, aumentar em, no mínimo,10% o faturamento aproximado de 600 milhões de reais. Essa soma corresponde ao resultado de vendas de 2020, o qual por sua vez fechou com alta de 27%.

O vigor da companhia, mesmo em tempos de pandemia e de solavancos apresentados por indicadores da economia, revela parte do seu DNA, de estabelecer metas olhando para o alto e pra frente, e traçar o caminho para chegar lá. “Será um ano mais desafiador, mas mantemos a meta de crescer. Revemos constantemente a estratégia, sempre que necessário. Em janeiro e fevereiro já aumentamos as vendas entre 12% e 13%”, assegura Dorian Morais, diretor presidente.

Na estratégia de ganhar mercado está a proposta de ampliar a oferta de itens e marcas do atual sortimento, agregando mais valor ao mix, trabalhando com empresas parceiras como Unilever, Reckitt Benckiser, Unicharm, M. Dias Branco, Lòreal, Bombril, JBS, Suzano, Piracanjuba e Quality. Além disso, o plano consiste em trabalhar com maior ênfase os pontos de vendas, com promoções, como forma de flexibilizar a oferta e incentivar as vendas em um ano em que se espera maior aperto no bolso do consumidor.

Expansão dos CDs

O fato é que a empresa não dorme no ponto e já vem preparando terreno para receber e armazenar um maior volume de mercadorias. Os dois centros de distribuição (no Rio Grande do Norte e na Paraíba) estão em fase de finalização das obras para a ampliação entre 30% e 40% da capacidade instalada.

Criada por Dorian Morais, de 62 anos, a Riograndense é exemplo de muitas empresas do setor, de administração familiar, que surgiram de um pequeno negócio, da garra e do olhar mercantil de seu fundador e que não se apequenam diante das adversidades.

É o tipo de negócio construído por gente que enfrenta desafios, enxerga longe, valoriza trabalho em equipe e passa a imagem de empresa moderna. A Riograndense investe em tecnologia e na preparação dos sucessores, bem como no plano de governança,na gestão e em processos, desenhados e implantados a partir dos conceitos da Fundação Dom Cabral. Ao abrir a empresa, Dorian convidou o irmão Dorival, que já trabalhava com ele no varejo para ser sócio, com 10% de participação, o que foi aceito e ajudou a dar corpo na operação, mas atualmente participa apenas da sociedade. 

O empresário já compartilha a gestão estratégica com Danielle Brasil, diretora comercial. Por ora, pai e filha andam juntos, sem tempo definido, nem data marcada, e sem pressa para passar o bastião. “Estamos inclusive passando a pandemia juntos, morando na fazenda e em home office. Com diz meu pai, fizemos o grande teste”, brinca destacando que o convívio é harmonioso,embora os pontos de vista podem ser diferentes e são discutidos, sempre que necessário.

Danielle ingressou na empresa aos 18 anos e seguiu a receita clássica de passar por diversas áreas. Está há 22 anos no “primeiro emprego”. É formada no curso de Direito, pós-graduada em Direito do Trabalho, fez MBA em gestão empresarial e participou do Programa de Formação de Dirigentes (Fundação Dom Cabral). Mais novos, os irmãos Daniel (34 anos) e Diogo (28 anos) também atuam na empresa, na logística/transportes e no departamento de recursos humanos, respectivamente. A filha mais velha, Egéria, não trabalha na empresa.

Dorian Morais, diretor presidente da empresa, ladeado pelos filhos Daniel, Danielle e Diogo, todos trabalham na distribuidora

Primeiro passos 

 Ao contar a história da Riograndense, Dorian Morais volta ao tempo de menino, quando tinha 11 anos. Foi quando o senhor Dorgival (seu pai) decidiu, com a família, mudar da zonal rural e tentar a sorte em Luís Gomes, cidade que fica a 440 quilômetros distantes de Natal (RN). “Desde pequeno, gostava de acompanhar meu pai, que deixou de ser agricultor, o roçado, para comercializar cereais. Ele começou com um jipe,vendendo goma e farinha de Luís Gomes para as cidades vizinhas. Sugeri que passasse a trazer arroz e feijão para vender na feira livre da cidade em que morávamos. O negócio deu tão certo que trazia arroz até do Maranhão”, lembra.

Aos 14 anos, Dorian decidiu investir no seu primeiro negócio, uma banca de revista que vendia produtos trazidos de outras localidades, como chocolate e balas, que não tinham na cidade.“Naquele tempo, a gente começava cedo. A exigência é que continuássemos com o estudo. Lembro que o estabelecimento era tão pequenino que não cabia gente dentro. Ficava debaixo de um pé de árvore”, recorda da sua primeira aventura mercantil.

Em paralelo, auxiliava o pai, que já tinha um mercado pequeno e que posteriormente, em 1976, montou um estabelecimento de venda por atacado em Souza (PR), pouco mais de 40 quilômetros de Luís Gomes, e considerado mais dinâmico para a área mercantil.

Em 1979, aos 21 anos, o empresário  montou o Mercadinho Morais, com parcos recursos, em Luís Gomes, a sua cidade natal. “Fazia de tudo para rentabilizar, aumentar o faturamento. Comprava e vendia de alimentos a tecidos”. Em 1985, passou a atuar no setor atacadista, comercializando para municípios vizinhos.

Mas a Riograndense surgiu em 1991, em Pau dos Ferros (RN), especializada no comércio atacadista e com vendedor próprio,segundo Dorian, um fato inusitado para a época. Em 1996, a empresa chegou a Mossoró. O foco era chegar a Natal, feito conquistado em 1998, dois anos antes do planejado. “Em 90 dias, iniciamos os trabalhos. E concentramos a operação da empresa em Natal.”

Em 2003, a companhia passou a atuar como distribuidora exclusiva da Johnson & Johnson;  e também a atender a Paraíba. Esse período é considerado um divisor de águas por abrir a fronteira deste Estado, que atualmente representa 53% do faturamento total.“Hoje, 50 % dos nossos negócios vêm de produtos de higiene e beleza, 30% de itens de limpeza e 20% de alimentos. Atendemos 100% dos municípios dos dois Estados”, explica Dorian.

Em 2004, a empresa passou a atuar também como DEC – Distribuidor Especializado em Cosméticos para alguns fornecedores, como Colgate, Embelezze, Granado, Salon Line e Baston. Com cerca de mil funcionários, o empresário faz questão de frisar a importância de valorização dos colaboradores.

E ilustra ao citar a situação de uma funcionária do trading, que está em home office em João Pessoa, mas responde por Natal (que concentra as operações do grupo). A empresa ja foi premiada 13 vezes como a Melhor Distribuidora do Rio Grande do Norte, prêmio outorgado anualmente pela ABAD e votado por clientes  varejistas de vizinhança de todo o Brasil. Que venham mais!

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