Dentre tantas mudanças e transformações que a economia e o mundo dos negócios vêm sofrendo ano após ano, as do mercado de meios de pagamentos estão na lista das mais notáveis. As cédulas de dinheiro ainda são muito usadas, mas pouco a pouco estão cedendo espaço para meios mais modernos de pagamento. Dos cartões de crédito e débito ao PIX, uma verdadeira revolução vem acontecendo e é preciso acompanhar todo esse movimento para não perder competitividade.

De acordo com Ricardo Vieira, vice-presidente executivo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS), os pagamentos realizados por meios eletrônicos no Brasil hoje representam cerca de 45% do consumo das famílias. A expectativa da Abecs é que as compras com cartões movimentem em torno de R$2,3 trilhões em 2021, o que representará um crescimento entre 18% e 20%.

Ele destaca que o atacado distribuidor é um segmento muito importante para o setor, ainda com muito espaço para o crescimento do uso dos meios eletrônicos de pagamento. “Hoje, as empresas r oferecem produtos e soluções específicas para cada segmento, desde o microempreendedor individual até as grandes redes, o que possibilita um ganho de eficiência e redução de custos na hora de realizar e receber pagamentos”, conta.

Private Label

Adotado por muitas empresas do setor atacadista distribuidor, os cartões Private Label são uma ferramenta para aumentar o poder de compra, funcionando muitas vezes como capital de giro para clientes que compram insumos para seus pequenos negócios. “No cenário econômico desafiador como o que estamos enfrentando tem tornado o cartão um aliado do

comerciante que precisa abastecer o seu estoque e tem encontrado dificuldade em conseguir crédito com os bancos”, diz Juan Agudo, diretor Comercial, de Produtos e de Operações da DMCard. Ele ainda revela que do valor movimentado nas compras realizadas com o cartão de loja nas redes parceiras da DMCard em 2020, 15% foram em redes atacadistas, o que representa R$434 milhões durante todo o ano passado. “Se compararmos com o que foi movimentado nos cartões em pagamentos apenas nos atacadistas em 2019, houve um aumento de 22%”, revela.

Uma das vantagens dos cartões Private Label é a fidelização. “Ao dar um cartão próprio para o cliente, nossos estudos mostram que o consumo de um cliente aumenta 55% em comparação aos clientes que não possuem o cartão da loja. É por isso que 90% dos autosserviços têm um cartão próprio”, conta Agudo.

 Tendências

O movimento de digitalização da economia é crescente e foi impulsionado pela pandemia do novo coronavírus.  Segundo Vieira, o uso dos cartões na internet, em aplicativos e outros tipos de compras não presenciais apresentou crescimento expressivo de 49,3% no 3º trimestre de 2020, chegando a R$126,2 bilhões.

“Outra tendência é a modalidade de pagamento por aproximação, que permite ao usuário realizar a compra apenas aproximando o seu dispositivo (cartão, relógio, celular etc.) da máquina, sem que haja contato físico. Apenas no 3º trimestre de 2020, foram R$14,4 bilhões nessa modalidade, um volume 622,5% maior do que o registrado em igual período de 2019”, revela.

Vieira ainda destaca que entre as novidades, estão ainda o crediário no cartão, uma nova modalidade de financiamento por meio do cartão de crédito. Com ele, o cliente pode parcelar compras com um prazo maior e em lugares onde não conseguia parcelar antes.

Já Renata Daltro, Head de Grandes Contas da Cielo, aponta como tendências para o segmento a digitalização das soluções de captura com os smart terminals ganhando maior relevância, além de novos players entrando no e-commerce, pagamentos sem contato como NFC e QRCode. “Além disso, há bancos criando carteiras digitais e carteiras digitais ofertando crédito”, fala.