Leque atrativo

A comercialização de produtos para crianças é ampla e revela-se como potencial geradora de negócios para o setor atacadista distribuidor

Por Adriana Bruno

No Brasil, em mais da metade dos lares, há crianças com até 12 anos, e, segundo dados divulgados pela Kantar WorldPanel, quando se observa as categorias de higiene pessoal infantil, como xampus, pós-xampus, sabonetes e cremes para o corpo, verifica-se que elas cresceram 11% nos últimos doze meses. 

“Quanto ao mercado de higiene pessoal como um todo, ele cresceu apenas 3% em valor e 2% em volume, segundo a mesma pesquisa realizada pela Kantar”, completa Leonardo Rezende, CEO da Nutriex. 

De acordo com Leonardo, esse é um segmento em contínua expansão e, por isso, destaca que, segundo uma pesquisa realizada pelo Euromonitor, com o desempenho do mercado em 2018, o Brasil se manteve na quarta posição no ranking mundial de consumo de HPPC, que é liderado pelos Estados Unidos e tem a China e o Japão ocupando a segunda e a terceira posições, respectivamente. O Euromonitor também estima que, em 2021, o mercado de higiene pessoal infantil atingirá 6,1 bilhões de reais em vendas. 

“Nossas expectativas são muito positivas, e estaremos trazendo mais novidades ainda em 2019, com altos investimentos. Neste segundo semestre, lançaremos vários produtos e novas licenças, como Disney e Universal, além de explorar novos mercados e categorias que vão além da higiene e da beleza”, revela. 

Rezende também destaca que produtos de higiene, cosméticos e beleza estão naturalmente na cesta de compras do shopper, pois precisam de constante reposição.

“Nesse sentido, o papel do atacado distribuidor, atuando como uma sólida ponte entre a indústria, o varejo e o consumidor, é fundamental por proporcionar ao consumidor maior acesso aos produtos, representando hoje mais de 50% da movimentação do mercado. Isso tem reflexo direto no varejo, que, cada vez mais, pode se abastecer para atender à crescente demanda por produtos para o público infantil”, diz.

GLÁUCIA FELÍCIA GRASSELLI, gerente de Marketing do Grupo Pro Nova

Segundo Gláucia Felícia Grasselli, gerente de Marketing do Grupo Pro Nova, fabricante de produtos de higiene e beleza, o mercado de desodorantes infantis vem crescendo no País. Detentora da marca Giovanna Baby, a empresa fará lançamentos nos próximos meses. “Teremos novas opções de fragrâncias para os desodorantes, o que aumenta nosso potencial de crescimento para o segmento. Aliás, atualmente, com o crescimento dos canais de distribuição no Brasil, novos segmentos podem ser explorados. As colônias e desodorantes podem compor a cesta de produtos de uso diário de higiene e beleza e, se comunicados corretamente e com um posicionamento correto de preços, podem sim ser explorados nesse canal”, diz Gláucia.

Outra empresa do segmento de higiene pessoal infantil que acredita no crescimento e no fortalecimento do mercado é a Phisalia. Segundo Eduardo Amiralian, CEO da empresa, o consumidor está cada dia mais exigente e procura marcas conhecidas no mercado. Por isso, é importante que o atacado distribuidor esteja atento não somente ao mix de marcas, mas também à variedade de produtos.

“Hoje, a demanda do mercado está cada vez mais exigente, por exemplo, para cuidados específicos com os cabelos, e isso cascateia no consumo infantil. Produtos para cabelos cacheados, lisos, etc. estão ganhando cada vez mais espaço nas gôndolas desse mercado”, comenta.

Ainda segundo ele, entre as categorias que têm maior importância no mercado de higiene pessoal e beleza para bebês, crianças e adolescentes estão fraldas, cuidados com os cabelos e produtos para higiene oral.

ALIMENTAÇÃO

Tanto o segmento de higiene pessoal e beleza como o de produtos alimentícios continuam em ritmo de crescimento, e o cenário que se abre a eles é positivo em ambos os casos. De acordo com Lisiane Campos, gerente de Marketing da Piracanjuba, a categoria obteve resultados positivos em 2018 e prossegue com uma evolução positiva em volume em torno de 3%. “O crescimento não é alto, mas o cenário em que ocorre é interessante considerando-se que o País ainda está em crise e muitos produtos estão retraindo. O Nordeste concentra mais de 30% do consumo de aromatizados”, diz. Segundo Lisiane, critérios como marca, sabor e preço são importantes para a categoria. 

Ela também destaca o fato de que apesar de as lojas já oferecerem um sortimento muito diversificado, com marcas que se propõem a atender todos os tipos de público, para o atacado há oportunidades de ampliar e consolidar esse sortimento também com marcas de maior valor agregado. “Isso trará maior rentabilidade para a categoria dentro da loja, mas sem que se esqueça da boa execução dos produtos de menor preço, promoções e packs promocionais, que trazem grande volume de vendas e têm ajudado o canal a impulsionar a categoria de produtos no País”, completa.

Também é preciso ressaltar que as categorias de alimentação infantil fazem parte da rotina dos lares e aumentam em variedade de ofertas e formatos. “São categorias que incrementam o tíquete médio, com carrinho de compras transportando valores superiores à média. Além disso, são itens com alta frequência de compras, o que ajuda a levar o shopper às lojas”, comenta Bruna Tedesco, head de Marketing, inovação e P&D da Bimbo Brasil. Ela ressalta a importância da escolha e da oferta do mix de produtos do atacadista para o varejo.

BRUNA TEDESCO, head de Marketing, inovação e P&D da Bimbo Brasil

“O ideal é ter uma oferta de mix completa, que equilibre energia (indulgência) com teor alimentício saudável, pensando no equilíbrio da alimentação”, orienta.

Ela também adianta que a Bimbo trará para o mercado, ainda neste ano, uma novidade na marca Nutrella com o lançamento de uma linha de snacks: os primeiros muffins integrais do mercado. 

“Estarão disponíveis nas versões banana&cereais e cacau&cereais. Além de um novo formato, o Nutrella Sticks será lançado nas versões Cottage Cremoso e Salt&Vinegar”, revela. 

Bruna conta que uma das tendências que deverão se apresentar vigorosamente no mercado de alimentação infantil está relacionada ao tamanho das porções. 

“Cada vez menores e individuais, elas crescem no gosto do consumidor por permitirem consumo on-the-go ou controle de indulgência”, conta.

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