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Ranking ABAD/NielsenIQ 2025 - ANÁLISE

Número reforçado

O Ranking ABAD/NielsenIQ 2025 (ano base 2024) destaca o valor do canal indireto no mercado e consumo de alto giro

Por Rúbia Evangelinellis

Com estrutura operacional e logística capaz de abastecer o país de ponta a ponta, com ou sem crise econômica, o atacado distribuidor amplia ainda mais a participação no mercado de consumo de produtos de alto giro. O setor responde por 53,7% (443,4 bilhões de reais) de um montante estimado em 825,7 bilhões de reais. É a melhor marca (em percentual) em oito anos e empata com a registrada em 2016.

É o que mostra o Ranking ABAD NielsenIQ de 2025 (ano-base 2024), que retrata o movimento registrado em 1.162.264 pontos de vendas. No comparativo da edição atual com a de 2024, enquanto o mercado cresce 7,4% (passou de 769 bilhões de reais para 825,7 bilhões de reais), o canal indireto registra incremento de 9,8% (de 403,9 bilhões de reais para 443,4 bilhões de reais). Descontando a inflação oficial de 4,83% do ano passado (IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o ramo atacadista distribuidor obteve crescimento real de 4,97%.

Nelson Barrizzelli, economista, professor e responsável pela análise do Ranking, ressalta o valor do setor como abastecedor, que consegue obter crescimento real próximo dos 5%. E também pelo fato de se manter por décadas como elo forte de distribuição, apesar de toda transformação que sofreu o varejo. “Se não existisse o atacado, o mercado ficaria sem abastecimento. É um setor responsável por metade do abastecimento do país, com cobertura nacional. O crescimento mostra que ele faz um serviço extraordinário de abastecimento. E permite, principalmente, o acesso ao consumo nas cidades médias e pequenas de produtos disponíveis em grandes centros urbanos.”

O levantamento mostra, na prática, o quanto o atacado distribuidor contribui para os canais do varejo de diferentes portes. Representa 40% dos 160,5 bilhões de reais das vendas registradas em grandes supermercados; 68% dos categorizados como pequeno/superpequeno (248,2 bilhões de reais); 95% dos tradicionais (76,5 bilhões de reais); 85% do totalizado nos segmentos de bares (30,8 bilhões de reais); de hotéis, restaurantes e cafeterias (42,2 bilhões de reais) e 45% no varejo de farmacosméticos (168,2 bilhões de reais).

Domenico Filho, diretor de varejo da NielsenIQ, avalia o mercado de consumo sensível aos movimentos e ânimo dos brasileiros, que fazem escolhas racionais, observando as dificuldades econômicas, taxa de juros, inadimplência, renda e inflação. “Embora a taxa de desemprego esteja apenas em 6,5%, quando se observa a renda e o percentual de famílias endividadas, cerca de 77%, sendo que entre 30% e 35% dos lares têm algum tipo de inadimplência. Quando o consumidor sente dificuldade, adota hábitos para poder chegar no fim do mês com capacidade de compra. De cada dez brasileiros, sete conhecem bem os preços dos produtos, e quatro estão dispostos a mudar de loja.”

Destaca ainda dois movimentos observados no varejo: aumento de compra de reposição no atacarejo, “em média visitado 20 vezes no ano e os supermercados, 21 vezes”; e das farmácias assumindo papel de loja de conveniência.

RAIO X
Além do panorama do mercado de consumo, 761 empresas do canal indireto responderam ao estudo anual nas questões que avaliam o ritmo de negócios, faturamento, investimento e outros quesitos que fazem o negócio pulsar. Juntas apresentam faturamento de 277 bilhões (com o Atacadão) ou de 202 bilhões de reais (sem a gigante de autosserviço). Representam a capilaridade do atacado e as cinco regiões do país: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Mostram ainda o vigor para tocar os negócios. Apontam otimismo quando de expectativas e exibem pujança nos números atuais de funcionários administrativos, na equipe comercial, na metragem dos armazéns (7.231.165 metros quadrados) e em outros indicadores.

A maioria dos respondentes traça planos para ampliar a base de clientes, volume de vendas, de colaboradores e quer investir em tecnologia para gestão e área comercial.

RESILIÊNCIA
Para Leonardo Miguel Severini, presidente da Abad, o setor mostra resiliência ao vencer adversidades, manter o otimismo no planejamento e ao assumir o compromisso de concentrar esforços na eficiência do atendimento e prestação de serviços ao varejo. “O setor vem se transformando digitalmente, e acredita no canal da conveniência que tende a se perpetuar dadas as características geográficas e populacionais do país. Vemos a força do pequeno e médio varejo e dos tradicionais para atender comunidades locais. É esse mercado de conveniência que nós atendemos. O nosso compromisso agora é para transformar esse varejo digitalmente, como já aconteceu no setor.”

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