Comida farta à mesa, família reunida e a tradicional troca de ovos de chocolate. Esse é um cenário clássico para a Páscoa. Abastecer os estoques para que não falte produto em gôndola é lição de casa para o varejo e ao mesmo tempo para os atacadistas distribuidores, que além de garantir a entrega
dos produtos, também apresentam as novidades da indústria. “A Páscoa é um dos momentos mais importantes para o mercado de chocolates no Brasil, sendo a terceira maior data sazonal em relevância para os consumidores, atrás apenas do Dia das Mães e do Natal. Em 2024, a Páscoa da Lacta foi marcada por resultados expressivos. Para 2025, mantemos expectativas positivas, impulsionadas
pela tradição da celebração e pelo forte vínculo emocional dos brasileiros com a data, além de que a categoria de chocolate se mostra em crescimento e com grandes oportunidades”, comenta Fabíola Menezes, diretora de marketing de chocolates da Mondelez Brasil.

Segundo ela, em um estudo realizado pela NielsenIQ, a categoria de chocolates se destacou em 2024, alcançando um faturamento de R$ 22 bilhões, tornando-se a terceira mais relevante no varejo alimentar, atrás apenas de carnes congeladas e produtos frescos. “Além disso, a frequência de consumo também aumentou significativamente, passando de 56% para 65%, com consumidores adquirindo chocolates semanalmente”, diz.
Para a Neugebauer, a Páscoa é a data comercial mais importante, e para 2025, segundo Sergio Copetti, diretor-comercial da empresa, a preparação deve ser ainda mais estratégica, considerando tendências de consumo e experiência de compra, além da cotação em alta do cacau. “Para atingir objetivos este ano, contamos com um planejamento antecipado e estaremos com um mix diversificado, estratégias de precificação e promoção, ambientação no PDV e estratégias de marketing digital”, afirma. Para Copetti, o atacado distribuidor é uma conexão fundamental entre a indústria e o varejo, desta forma, a contribuição ocorre na apresentação de lançamentos e novas marcas, apoio em campanhas promocionais e no fornecimento de um mix estratégico e personalizado.
Para Renato Zanoni, responsável pelas operações comerciais da Ferrero no Brasil, existem três momentos distintos em relação às vendas de Páscoa. “Na primeira fase, é importante atrair os
‘early adopters’, que são aqueles consumidores que querem novidades e já estão procurando produtos especiais. Como esse momento normalmente coincide com o Carnaval, o volume ainda é baixo, mas as margens de lucro tendem a ser maiores, então vale a pena dar mais visibilidade nas lojas às marcas com maior valor agregado”, diz. Os outros dois momentos são os últimos dez dias que antecedem a data, quanto há o pico do consumo; e durante o evento, quando as chances de conversão das vendas crescem.
ALÉM DO CHOCOLATE
Apesar de serem as estrelas da data, os chocolates não são os únicos produtos que têm maior procura na Páscoa. Categorias como enlatados, azeites e vinhos também ganham mais espaço na cesta de
compras. “O mercado de pescados no período da Quaresma registra um aumento significativo na demanda, especialmente devido à tradição cristã de evitar carne vermelha em algumas refeições, principalmente às sextas-feiras e na Semana Santa”, comenta Juliana Antunes, gerente de trade e
marketing da Robinson Crusoe.
Para a categoria de azeites, a Páscoa é uma data extremamente relevante, pois o consumo tende a
crescer, tornando-se uma oportunidade para ampliar a visibilidade e a demanda pelos produtos. “Como a categoria tem, este ano, um cenário produtivo mais favorável, a expectativa é que, ao longo do ano, o consumo volte à sua trajetória de crescimento. Deste modo, espera-se que a Páscoa 2025 já tenha um volume de vendas maior que a de 2024”, comenta André Elvas, gerente de trade marketing da Sovena.

Segundo ele, garantir a disponibilidade do produto na gôndola é essencial para atender à demanda
dos consumidores. “O atacado distribuidor, como canal indireto, desempenha um papel estratégico nesse processo, assegurando um abastecimento ágil e eficiente, além de ser um ótimo período para trabalharem o mix completo de produtos, devido à grande procura por produtos da linha de Especiais”, pontua. Para atrair consumidores e impulsionar as vendas da categoria de vinhos, o varejo deve adotar estratégias que vão além da simples exposição do produto nas prateleiras. “A organização do ponto
de venda é fundamental, assim como uma boa segmentação dos rótulos (por tipo de uva, país de origem, faixa de preço ou harmonização) facilita a escolha do cliente e melhora a experiência de compra”, comenta Rodrigo Valerio, diretor de marketing e vendas da Cooperativa Vinícola Aurora. De acordo com ele, o primeiro quadrimestre costuma representar cerca de 24% do faturamento anual da
Aurora, seja em vendas para a Páscoa ou no abastecimento para o inverno.
Para a Casa Flora, distribuidora de produtos importados, segundo o seu diretor Antonio Carvalhal Neto, a data conta com um portfólio de mais de mil produtos selecionados de vários países como vinhos, massas, conservas, molhos, destilados e outros para compor a mesa do consumidor. “Neste ano, em
especial, destaco a linha Paganini, com massas, arrozes, atomatados e molhos, e os vinhos Pata Negra Verdejo e Tabalí Chardonnay”, afirma.